Maior jogador da história do futebol argentino sofreu uma parada cardiorrespiratória em sua casa. O 'pibe de ouro' havia passado por uma cirurgia no cérebro no início do mês.

Maior jogador da história da Argentina e lenda do futebol mundial, Diego Armando Maradona morreu nesta quarta-feira (25) aos 60 anos.

O craque argentino sofreu uma parada cardiorrespiratória em sua casa na cidade de Tigre, segundo o jornal argentino "Clarín".

O "pibe de ouro" sofreu uma delicada cirurgia no cérebro no começo do mês e recebeu alta oito dias depois, após drenar uma pequena hemorragia no cérebro.

O médico Leopoldo Luque afirmou na ocasião que a cirurgia era considerada simples, mas havia preocupação pela condição de saúde do ex-jogador.
Diego Armando Maradona, ícone do futebol argentino, antes do início da partida entre Argentina e Nigéria na primeira fase da Copa do Mundo de 2018, na Rússia — Foto: Lee Smith/Reuters

Campeão mundial na Copa de 1986, quando ficou eternizado pelos gols que marcou contra a seleção da Inglaterra, Maradona era reverenciado e tratado como Deus na Argentina.

“Muitas vezes me dizem: você é Deus. E eu respondo: vocês estão equivocados. Deus é Deus e eu sou simplesmente um jogador de futebol”, afirmou o craque argentino em 1991.

Seu gol de mão contra a Inglaterra ficou mundialmente conhecido pela "mão de Deus". O outro gol, em que Maradona driblou metade do time (inclusive o goleiro), foi eleito pela Fifa em 2002 como o mais bonito da história das Copas do Mundo.
O golaço de Maradona contra a Inglaterra em 1986 foi eleito pela Fifa em 2002 como o mais bonito da história das Copas do Mundo — Foto: Reuters

Maradona salta para dar um soco na bola e marcar um dos dois gols sobre a Inglaterra nas quartas de final da Copa do Mundo do México, em 1986. O gol ilegal foi validado pelo juiz e ficou conhecido por 'A mão de Deus' — Foto: El Grafico via AP/Arquivo

Maradona também jogou as Copas de 1982, 1990 e 1994. 

Em 1990, ele e Caniggia fizeram a jogada que eliminou a seleção brasileira nas oitavas de final. Em 1994, foi pego no exame de antidoping e foi cortado da seleção argentina.

Maradona conviveu com um problema com as drogas durante toda a sua vida.
Foto de 19 de fevereiro de 2006 mostra Maradona fumando um charuto antes de uma partida de futebol na Bombonera, o estádio do Boca Juniors — Foto: Marcos Brindicci/Reuters/Arquivo

Diego Maradona em foto de março deste ano — Foto: Natacha Pisarenko/AP

Diego Armando Maradona nasceu em 30 de outubro de 1960 em Lanús, na província de Buenos Aires, e era técnico do Gimnasia y Esgrima, um pequeno time argentino.

Ele cresceu em Villa Fiorito, um bairro muito pobre da periferia de Buenos Aires e começou a sua carreira no Argentinos Juniors, clube em que foi revelado com apenas 15 anos.

"El pibe" atuou entre 1976 e 1981 no Argentinos Juniors, fez 116 gols em 166 partidas e se transferiu em 1982 para o Boca Juniors, onde ficou apenas uma temporada.
Pelé e Maradona recebem troféus no Oscar dos Esportes em Milão, na Itália, em março de 1987 — Foto: AP/Arquivo

Ele logo foi para o Barcelona, onde atuou entre 1982 e 1984, na transferência mais cara do futebol até então: US$ 8 milhões (US$ 21,5 milhões em valores corrigidos pela inflação).

De lá foi para o Napoli, na Itália, ganhou uma Copa da Uefa, dois Campeonatos Italianos, uma Copa e uma Supercopa da Itália entre 1984 e 1991 e virou ídolo.

Em 17 de março de 1991, seu vício em cocaína custou-lhe a primeira suspensão, de 15 meses.

Voltou aos gramados pelo Sevilha, da Espanha, onde jogou entre 1992 e1993, e retornou à Argentina para uma breve passagem pelo Newell's Old Boys em 1993.

Depois da Copa do Mundo de 1994 e da sua segunda suspensão, vestiu mais uma vez a camisa do Boca, onde deixou os gramados em 25 de outubro de 1997, cinco dias antes de seu 37º aniversário.

Em uma despedida memorável em 2001, no estádio La Bombonera lotado, Maradona falou sobre seus vícios: "Errei e paguei, mas o que fiz em campo não se apagou".
Um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, ao lado de Pelé, o craque argentino disputou 676 jogos e marcou 345 gols em 21 anos de carreira na seleção argentina e em clubes.

Ele deixa três filhas (Dalma, Gianinna, Jana) e dois filhos (Diego e Diego Fernando).
Maradona ao lado da sua companheira, Rocio Oliva, durante jogo da Copa Davis — Foto: Darko Bandic/AP

Diego Maradona ergue a Copa do Mundo após vitória da Argentina sobre a Alemanha Ocidental em 1986, na Cidade do México — Foto: Carlo Fumagalli/AP/Arquivo

Fonte: G1

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