Moradores do distrito de Caeté-Açu, conhecido como Vale do Capão, localizado na região da Chapada Diamantina, reclamam da situação das estradas de terra da região. Uma delas é o acesso principal que liga a sede do município de Palmeiras à vila do Capão.
Segundo os moradores, as estradas vicinais pioraram ao longo dos anos com a falta de manutenção da prefeitura e as fortes chuvas, deixando buracos, desnivelamento e pista lamacenta.
“A infraestrutura interna está muito ruim. A gente quer que venha a estrada, que é extremamente importante para as pessoas. Temos pessoas idosas que precisam disso. Tem a questão de produtos que podem chegar para gente de forma mais barata, dando uma diminuída no custo de vida. Para piorar, as ruas internas do Capão estão completamente abandonadas. Não existe um planejamento urbanístico, estrutural, e muito menos um pensamento de como será o Capão depois que essa estrada vier. Exemplo: a gente aqui não tem hospital. Temos um posto aqui, que, se aumentar o volume de pessoas, não vai dar conta”, comenta Ton Rosa, Chef do Gatto Sete Bistrô e presidente da Associação Comercial do Vale do Capão.
Em junho de 2022, o ex-governador Rui Costa (PT) autorizou a licitação para a pavimentação do trecho entre a BA-849 e o acesso ao distrito de Caeté-Açu. A previsão seria de que o trecho pavimentado teria 17,9 kmde asfalto, com um investimento de R$ 22,1 milhões. No entanto, a obra ainda não foi iniciada.
“A estrada é um desdobramento. Nos últimos 12 anos, o Capão degradou muito e a razão principal é o total desordenamento do solo. O Capão é uma terra que não tem lei, uma terra de ninguém. Temos uma estrada que liga Palmeiras à vila, que são 20 km, que inclusive está licitada e contratada desde o ano passado. Essa obra foi dada ordem de início antes das eleições e 30 dias depois foi paralisada por problema ambiental. A licença que a prefeitura deu foi equivocada, então o MP tomou pé e deu a ordem de paralisar”, disse um morador, que preferiu não ser identificado.
O morador destaca também o bairro do Bomba, localizado no fundo do Vale do Capão, conhecido por abrigar a entrada de trilhas como a Cachoeira da Purificação e a entrada do Vale do Pati. Em alguns trechos, o ônibus escolar e o caminhão da coleta de lixo não conseguem ter acesso por conta das condições da estrada.
“São pouco mais de 6km, uma estrada estreita, sem nenhum ordenamento, construções que estão sendo feitas na beira da estrada. Essa comunidade tinha uma renda extra com estacionamento, com venda de água mineral, de caldo de cana, de uva passa, de banana passa, abriram duas vendas lá. Mas agora está basicamente intransitável. Você não tem mais esse movimento da entrada do Vale do Pati por ali. Hoje os guias já não levam, estão preferindo ir pelo Guiné, é mais curto e melhor. Com a estrada danificada, o ônibus escolar não vai buscar o estudante. Com o volume de buraco que tem, vai até a metade. Quem tem aluno mais ao fundo, o pai tem que levar andando. A mesma coisa é recolhimento de lixo, o carro não tem acesso”, contou.
Em uma das imagens enviadas por moradores, um motociclista não conseguiu atravessar a estrada por conta da estrada lamacenta e escorregadia em período chuvoso. Veja vídeo abaixo:
Fonte: A Tarde