A pandemia do novo coronavírus continua em fase de aceleração no Brasil, com um novo recorde de 1.641 óbitos nas últimas 24 horas, anunciaram nesta terça-feira, 2, fontes oficiais. Com hospitais de vários estados à beira do colapso, o país soma 257.361 mortos pela Covid-19, balanço superado apenas pelos Estados Unidos, segundo dados do Ministério da Saúde.

O recorde anterior datava de 29 de julho, com 1.595 óbitos. A média dos últimos sete dias é de 1.262 mortes diárias, cifra que, até fevereiro, não havia ultrapassado os 1.100. Nás últimas 24 horas, foram registrados 59.925 casos, somando um total de 10,6 milhões.

A alta atual está relacionada, segundo especialistas, a festas de ano-novo e carnaval realizadas em muitos locais, apesar da proibição de aglomerações em vigor nos principais estados. “Se não colaborarmos com as autoridades e as autoridades não colaboram conosco, não conseguiremos controlar a doença”, disse a pneumologista e pesquisadora Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, em entrevista ao canal de TV GloboNews.

Novas medidas de prevenção

Os secretários de saúde dos 27 estados divulgaram ontem um comunicado preocupante, pedindo “a adoção imediata de medidas para evitar o colapso nacional iminente das redes de saúde pública e privada”, incluindo a imposição de um toque de recolher entre as 20h e 6h em todo o país. Segundo um relatório da Fiocruz, a taxa de ocupação de leitos nas UTIs para adultos é superior a 80% em 20 capitais estaduais.

Em termos relativos, o país, de 212 milhões de habitantes, registra uma média de 122 mortos a cada 100 mil habitantes, cifra bastante inferior a de países como Reino Unido (182/100.000) e Bélgica (191/100.000), mas alguns estados ostentam números que dão a dimensão da tragédia em território nacional.

No Rio de Janeiro, com 33.176 mortos, a média é de 192 óbitos/100.000 habitantes. No Amazonas, a média é de 266 mortos/100.000 habitantes. A região Sul, menos afetada até o momento em termos relativos, observa um novo aumento do número de casos e óbitos. Em Florianópolis, a ocupação dos leitos de UTI é de 98% e em Porto Alegre, de 80%.

Fonte: AFP

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