Em tempos de pandemia, a desinformação se espalha tão rapidamente quanto o novo coronavírus. E o jornalismo profissional oferece um serviço público de primeira necessidade, a exemplo de profissionais de saúde e da segurança, fabricantes de equipamentos médicos e entregadores, compara Fernando de Yarza López-Madrazo, presidente da Associação de Jornais e Editores (WAN-Ifra), em artigo recente.

Se ainda não há uma vacina para combater o vírus, o antídoto contra as fake news é antigo e conhecido. É o que apontam recentes levantamentos, no Brasil e no mundo.

Confiança

Conforme pesquisa Datafolha divulgada na última semana, jornais e TVs lideram confiança do público sobre o novo coronavírus. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados afirmaram confiar nos jornais impressos; 11% não confiam; 25%, em parte; e 8% não utilizam esse meio de comunicação.

Nos Estados Unidos, 18% da população adulta está mais desinformada sobre a pandemia por preferir acompanhar o noticiário nas redes sociais e não por organizações da imprensa, revela estudo do Pew Research Center.

"A pesquisa Datafolha confirma aquilo que a ANJ já enxerga há muito tempo: a informação jornalística tem altíssima credibilidade, principalmente se comparada a informações que circulam em redes sociais, em mídias como Facebook, etc. E isso fica ainda mais evidente em momentos como esse que estamos vivendo, quando a informação correta se destaca como elemento essencial no dia a dia das pessoas", diz Ricardo Pedreira, diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ).

"As pessoas querem ter absoluta segurança sobre as informações a respeito da doença, da prevenção, o que as autoridades estão dizendo. E nesse momento se prova o fato de que a informação jornalística é um porto seguro para buscar orientação correta", acrescenta.

Além de produzir informação com base em fontes confiáveis, a imprensa cada vez mais concentra esforços na checagem de material que circula em aplicativos como o WhatsApp, em grande parte das vezes para desmentir fake news, ou notícias falsificadas.

"O trabalho de checagem orienta as pessoas a não embarcar em canoas furadas. O terreno da desinformação geralmente é a crença em alguma coisa sensacional, uma informação que não se tem ideia de onde veio. A gente vê muito isso nos grupos de WhatsApp. O jornalismo também tem tido esse trabalho de apontar o que é mentira", afirma o diretor da ANJ.

Aumento nos acessos

Ricardo Pedreira ressalta ainda o aumento observado, nas últimas semanas, no número de acessos nos portais e sites de grandes grupos de comunicação (veja mais na próxima página).

"Vale a pena acrescentar que as grandes marcas jornalísticas estão alcançando índices de audiência espetaculares nas suas plataformas digitais. É nessas marcas que as pessoas confiam", destaca.

De acordo com auditoria feita pelo Instituto Verificador de Comunicação (IVC) entre 15 e 21 de março, os sites dos maiores jornais e revistas do país registraram um crescimento médio de 40% nas métricas auditadas (números de visitantes, páginas vistas e sessões) em relação à semana anterior.

Dados do IVC apontam ainda que a maior procura pelos sites de jornais e revistas começou no dia 12 de março, quando teve início o aumento mais acelerado no número de casos de pessoas infectadas no país pelo novo coronavírus.

Fonte: A Tarde / Por Rodrigo Aguiar

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