O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a viagem a Goiânia nesta sexta-feira para almoçar em uma fazenda do cantor sertanejo Amado Batista, na zona rural de Goianápolis , município da região metropolitana da capital. O encontro não estava na agenda do presidente, divulgada na noite anterior. Apenas depois de o almoço ocorrer, o Planalto o incluiu oficialmente entre os compromissos de Bolsonaro em Goiás.

No meio da manhã, o presidente informou apoiadores que iria ao encontro de Batista, em diálogo transmitido ao vivo em sua página no Facebook.
Equipes trabalham no esquema de segurança do presidente durante visita à fazenda de Amado Batista Foto: Gustavo Maia / Agência O Globo

O encontro mobilizou a estrutura da Presidência. Diversos carros oficiais e equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estavam no local. Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Goiás ficaram na estrada que dá acesso à fazenda para controlar a entrada de convidados e impedir a presença de jornalistas. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM),  também está no local, assim como outros políticos e personalidades da região.

Bolsonaro é amigo do cantor e já disse publicamente que o vê como ídolo. No começo de abril, o artista foi recebido no gabinete do presidente no Planalto, acompanhado do atual presidente da Embratur, Gilson Machado, que é sanfoneiro.

Em maio, Batista gravou um vídeo convocando apoiadores a participar de uma manifestação em favor de Bolsonaro, ocorrida no dia 26 daquele mês.

Questionado pela reportagem sobre quem participou do almoço, o Planalto não respondeu, mas informou que a comitiva foi formada por Bolsonaro e mais 16 pessoas, sem especificar os integrantes. Em transmissão ao vivo pelo Facebook, é possível ver que o presidente estava acompanhado pelo deputado Hélio Negão, pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo e pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Ronaldo Caiado, governador de Goiás, também estava presente.

Tortura e ditadura

Hoje com 68 anos, quatro a mais que Bolsonaro, Amado Batista se notabilizou nos últimos anos por declarações sobre o período da Ditadura Militar de 1964 a 1985, defendida pelo presidente.

Em entrevista à jornalista Marília Gabriela no programa "De frente com Gabi", do SBT, em 2013, Batista disse que mereceu ser torturado por militares.

— Eu fiz coisas erradas, então eles me corrigiram, assim como uma mãe que corrige um filho — declarou o cantor, contando que, quando jovem, trabalhava em livraria e facilitou o acesso de alguns escritores, jornalistas e intelectuais a livros proibidos na época. — Me bateram muito. Me deram choques elétricos, e ainda um dia me colocaram com uma cobra — relatou.

A agenda oficial de Bolsonaro começa às 14h com uma visita ao Comando de Operações Especial do Exército em Goiânia. À noite, ele participa da cerimônia de Comemoração do 161º Aniversário da Polícia Militar de Goiás e da formatura de aspirantes, antes de retornar a Brasília.

Em discurso durante cerimônia militar dentro do espaço, o presidente exaltou o papel das Forças Armadas e disse que não se pode esquecer os riscos que o Brasil correu nas últimas décadas.

- Homens e algumas mulheres que arriscaram suas vidas, outros as perderam e outros ainda tiveram sua honra vilipendiada quando nós juntos lutamos por paz, por democracia e por liberdade. Os tempos mudam, nós nos aperfeiçoamos. Nós temos a nossa oportunidade e neste momento, juntos temos que mostrar e provar que não só estava no caminho certo, bem como, queremos um Brasil mais livre, mais justo e mais próspero para todos aqueles que vierem depois de nós - declarou.

Fonte: O Globo

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