A Acadêmicos do Grande Rio é a grande campeã do carnaval 2022 no Rio de Janeiro. A escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, falou sobre Exu, que abriu os caminhos para o primeiro título da história da Tricolor.

Há quase 30 anos no Grupo Especial, a Grande Rio tinha batido na trave quatro vezes, com vice-campeonatos — o último em 2020, depois de liderar praticamente toda a apuração.

Desta vez, o título veio, mas não sem emoção: a Beija-Flor de Nilópolis chegou a ultrapassar Caxias no início da apuração, mas terminou em segundo. A São Clemente, última colocada, foi rebaixada para a Série Ouro.

Veja, nota a nota, como foi a apuração

Voltam ao Sábado das Campeãs (30), a partir das 22h:

Acadêmicos do Salgueiro (6º lugar)

Portela (5º lugar)

Unidos de Vila Isabel (4º lugar)

Unidos do Viradouro (3º lugar)

Beija-Flor de Nilópolis (vice-campeã)

Acadêmicos do Grande Rio (campeã)

“O enredo tem um conjunto de importâncias. A principal delas é desconstruir os estereótipos negativos que foram atribuídos devido a esse processo de racismo religioso à divindade Exu, que é uma divindade múltipla e viva. Mas foi incorporada por todos na Avenida”, disse Leonardo Bora, um dos carnavalescos da Grande Rio.

Gabriel Haddad, o outro carnavalesco, lembrou do desfile de 1993, quando a Grande Rio voltou ao Grupo Especial e nunca mais caiu. “"Em 93, a Grande Rio cantou um ponto de Exu na Avenida. Parece que estava tudo escrito. Com enredo sobre Exu e contra a intolerância religiosa, a Grande Rio é campeã!”, disse.

"O enredo é a desmistificação de Exu, é falar essa verdade do povo de Caxias, vendo a grande Rio ser campeã. Caxias é o lugar do Rio de Janeiro com maior número de terreiros de candombé e de umbanda. A Grande Rio quando fala da verdade, a verdade não mente!", disse Arlindinho Cruz, um dos autores.

A atriz Paolla Oliveira, rainha de bateria da escola, também comemorou nas redes sociais o título de campeã da escola.

Como foi a apresentação

Além de desmistificar Exu, a Tricolor mostrou que o orixá está ligado à transformação. Para isso, Caxias contou a história de figuras excluídas, como Bispo do Rosário, Estamira e Stela do Patrocínio. Eles transformaram lixo em arte e em modo de sobrevivência.

Logo na comissão de frente, o ator Demerson D’alvaro se destacou com a personificação de Exu, escalando um imenso globo e chegando ao “topo do mundo”, onde se banqueteou com seu padê — as oferendas.

Fantasias e outros elementos apresentaram um visual mais rústico, com retalhos, materiais recicláveis e alternativos como papelão.

A escola, como de costume, trouxe famosos como Monique Alfradique (representando uma faísca), Bianca Andrade (look inspirado em Joãozinho Trinta), Pocah, David Brazil, Gil do Vigor e a rainha de bateria Paolla Oliveira (Pomba-gira, a representação feminina de Exu).

Exu também veio representado nos grupos de bate-bolas, nos afoxés e nas folias de reis e no bloco Seu Sete da Lira, que desfilava pelas ruas do Rio. Para isso, não faltaram performances em todas as alegorias e nas alas.

Fonte: g1

Veja mais fotos:








Comentários

Postagem Anterior Próxima Postagem