Dando continuidade à série de audiências promovidas pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS), foi realizado no dia 11 de julho, o Painel sobre “Desenvolvimento Produtivo e Mercado de Trabalho”. O supervisor do Escritório Regional do Distrito Federal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), Max Leno de Almeida e o secretário de Relações do Trabalho da Central das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Paulo Vinicius Santos da Silva discutiram sobre os temas.

Em sua fala, o sindicalista Paulo Vinicius fez duras críticas ao governo federal e responsabilizou o processo de impeachment em 2016 como a causa da atual crise no país. “Para debater o desenvolvimento produtivo e mercado de trabalho tem que se levar em consideração a crise política que o golpe de estado trouxe para a sociedade, portanto, é necessário fazer um retrospecto de como se deu a crise atual”, disse. Denunciou o fim da proteção dos trabalhadores e trabalhadoras com a aprovação da reforma trabalhista, pois retirou vários direitos que a CLT garantia na relação capital/trabalho e que também esse processo vem destruindo as empresas nacionais. Concluiu dizendo que “é preciso um pacto nacional de desenvolvimento para o país, com a participação de todos os setores da sociedade, principalmente entre quem produz e quem trabalha”.

Segundo o supervisor do Dieese, Max Leno de Almeida, “o mundo do trabalho e os trabalhadores são atingidos, de forma mais grave, os pobres e precarizados”. Almeida afirmou que a financeirização da economia, as mutações patrimoniais das empresas, a concentração da renda e da riqueza e a revolução tecnológica colocam todos os setores produtivos em processo de mudanças radicais no capitalismo contemporâneo. Acrescentou também que “a degradação ambiental que põe em risco a vida no planeta”. Ressaltou que os resultados macroeconômicos têm levado a significativas revisões para baixo das projeções de crescimento do PIB no ano corrente. Relatou a expectativa de crescimento do PIB para 2018 iniciou o ano em 2,64% e agora (em 15 de junho) está em 1,79%. Informou que a taxa de investimento se encontra nos patamares mais baixos da série histórica das contas trimestrais (16% do PIB), sendo absolutamente insuficiente para promover a volta do crescimento econômico sustentável. Alertou que o desempenho do mercado de trabalho é fundamentalmente determinado pelas condições macroeconômicas e que as mudanças propostas, além de não serem uma resposta ao desemprego, levariam a uma deterioração das condições de trabalho e de vida dos brasileiros. Disse que “o movimento sindical está desafiado a construir mobilizações e lutas que recoloquem a centralidade do trabalho para o desenvolvimento, com equilíbrio ambiental, gerando bem-estar e qualidade de vida para todos”.

O presidente da CDEICS, deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA), considerou que os palestrantes apresentaram duas abordagens distintas, mas que se convergem, porém com foco diferente. Parabenizou o senhor Paulo Vinicius pela firmeza em apresentar o contexto político que desencadeou toda a crise no Brasil. Deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA) disse que “a exposição do senhor Max Leno foi muito gratificante, pois trouxe dados importantes para o conhecimento de todos da Comissão sobre a realidade brasileira e aponta caminhos que poderá tirar o país da atual situação de crise econômica”. O deputado lembrou que se completa 8 meses da vigência da reforma trabalhista e o resultado é a piora das relações trabalhistas e o desmonte da estrutura sindical, deixando as entidades sem condições de defender os direitos dos trabalhadores e concordou com as sugestões apresentada pelos convidados. Ao final da audiência agradeceu a contribuição para o debate sobre o desenvolvimento produtivo e o mercado de trabalho.

Fonte: Assessoria de comunicação da CDEICS

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