Deputadas baianas, organizações que compõem a Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência, Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres e movimentos feministas vão intensificar a luta pelo combate à violência de gênero. As propostas foram debatidas na manhã desta quarta-feira, 26, na Assembleia Legislativa, durante o ato de lançamento da campanha mundial 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, que teve início mundialmente nesta terça-feira, 25. 
A Deputada Estadual Neusa Cadore, presidente da Comissão da Mulher e organizadora da atividade, apresentou dados alarmantes e falou da importância da atuação em rede. Segundo a parlamentar, estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que uma em cada três mulheres no mundo experimenta ou já experimentou algum tipo agressão física ou sexual de seu parceiro e 7% das mulheres sofrerão violência sexual em algum momento de suas vidas. "Precisamos fortalecer as estratégias de ações coletivas, pois é nesse diálogo permanente que vamos construir e avançar nas políticas de enfrentamento a esse problema", afirmou Neusa.
Titular da pasta de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM/BA), Vera Lúcia Barbosa exaltou a Campanha e destacou que esse é o único momento do ano em que o mundo inteiro se dedica a concentrar os esforços para combater a violência. "Nosso maior desafio é a mudança de cultura e de mentalidade, é a desconstrução de tudo isso que está aí para a construção de um outro jeito de viver, com respeito às mulheres", ressaltou. A secretária destacou ainda uma série de conquistas nos últimos anos, a exemplo da Lei Maria da Penha, e falou do empenho da SPM para implementar uma série de novos equipamentos no estado, a exemplo da Casa da Mulher Brasileira (que integrará uma série de serviços) e de Centros de Referência nas cidades de Eunápolis, Porto Seguro, Ilhéus, Teixeira de Freitas, Itaberaba e Barreiras.

"Mudar a cultura da violência significa repensar o papel do Estado, não apenas do ponto de vista do investimento, mas também das suas práticas e relações", falou a ativista da Marcha Mundial de Mulheres, Liliane Oliveira.  Ela disse que é preciso uma profunda alteração nos padrões sociais. "Não adianta construir casa abrigo ou DEAMS (Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher) se os homens não entenderem que não têm o direito de matar", frisou.

A atividade contou a presença das deputadas Luiza Maia, Maria Del Carmen, Fátima Nunes. Também compuseram a mesa de debates e Iole Vanin, do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Sobre a Mulher (NEIM/UFBA); Tânia Nogueira, da Rede de Atenção às Mulheres em Situação de Violência; e Aldeneiva Celene de Almeida, do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN).

MOBILIZAÇÃO - Dentre as ações discutidas estão uma agenda com o governo para cobrar o ampliação e fortalecimento dos equipamentos de efetivação da Lei Maria da Penha, bem como a capacitação dos profissionais das delegacias que atuam diretamente no atendimento das vítimas de violência. As parlamentares também pretendem sensibilizar o legislativo para a aprovação de projetos da bancada feminina na perspectiva da igualdade de gênero.

Ascom Neusa Cadore
Lourivânia Soares

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