Foi celebrado na manhã desta quinta-feira (8), o acordo de cooperação entre o Adapta Sertão, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo da Bahia. O evento ocorreu no salão de Atos da Governadoria, em Salvador, e reuniu prefeitos, vereadores, representantes de cooperativas e movimentos sociais, além de agentes governamentais.
A deputada Neusa Cadore (PT) participou da assinatura do acordo que beneficiará famílias agricultoras do Território de Identidade da Bacia do Jacuípe, no semiárido baiano. O projeto "Proadapta Sertão" será financiado pelo Fundo Proadapt/FUMIN/BID em parceira com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura do Estado.
Neusa destacou o desejo do povo do semiárido de ter mais condições e tecnologia para conviver com o clima e citou o avanço das políticas de agricultura familiar a partir dos governos de Lula, Dilma e Wagner. "A aridez do nosso clima está presente nas condições de fora, seja do clima ou da ausência do Estado. Foi há pouco mais de dez anos que a gente viu chegar energia, água de beber, a melhoria das estradas, o crédito e a assistência técnica", lembrou Cadore.
A parlamentar ainda ressaltou o trabalho do Adapta Sertão que aproveita o saber das pessoas, das organizações e ao mesmo tempo dialoga com o poder público. "Esse projeto tem que ser aproveitado e incorporado em políticas públicas, pois esse povo alegre e solidário não podia continuar como escravo e sem tecnologia. O grande pilar é fornecer tecnologia com a atenção para a sustentabilidade ambiental", ressaltou Neusa.
O governador Jaques Wagner foi representado pelo secretário estadual de Agricultura, Jairo Carneiro, e a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, foi representada pelo secretário nacional de Recursos Hídricos, Ney Maranhão. Ambos destacaram o papel das organizações sociais e a parceria com o poder público. "O programa reúne múltiplos atores que conseguem formar uma rede com contribuições técnicas, cientificas e sociais", afirmou o secretário Ney Maranhão.
O projeto será executado a partir da articulação de 6 cooperativas da agricultura familiar e atenderá 700 famílias. O investimento total será de R$ 6,75 milhões a serem aplicados até 2018, em estudos, assistência técnica, capacitação, distribuição de equipamentos para dinamizar as cadeias produtivas da bovinocultura de leite e da ovinocaprinocultura. Adicionalmente será promovido um Fundo de Aval para alavancar financiamentos do Pronaf junto às Cooperativas de Crédito dos Sistemas Ascoob e Sicoob.
"Nessa quarta etapa a ideia é estruturar as propriedades rurais para convivência com o semiárido. Daí a importância da articulação de crédito e a contratação de assistência técnica", informou Nereide Segala, presidenta do Cooperativa Ser do Sertão.
O responsável pelo fundo Proadapt/FUMIN/BID, Steven Wilson, disse que as cooperativas do Adapta Sertão são as primeiras a se organizarem nessa área das mudanças climáticas. "Há muitos olhos do mundo inteiro com expectativas sobre os resultados desse projeto e isso pode criar uma plataforma que deverá ser usada em outros lugares. Nós estamos aqui para melhorar a qualidade de vida dessas famílias e gerar oportunidade de negócios e serviços", afirmou Steven.
O Adapta Sertão é uma rede de organizações e cooperativas que busca, desde 2006, soluções conjuntas para ajudar as famílias agricultoras a se adaptarem às mudanças climáticas no semiárido. O acordo foi realizado por meio da REDEH (Rede de Desenvolvimento Humano), uma das entidades que compõe o Adapta Serão.
“Vamos aprimorar a ação das cooperativas rurais como agentes transformadores da agricultura familiar, estruturando suas cadeias produtivas, além de expandir o acesso à tecnologias e recursos financeiros", declarou Thais Corral, coordenadora técnica do projeto da REDEH.
Lino Filho - Ascom Neusa Cadore