A Vale informou ao Ministério Público de Minas Gerais e outros órgãos do estado sobre uma deformação na estrutura na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), “passível de provocar a sua ruptura”. No documento, a empresa estimou que se as condições se mantiverem, a ruptura da estrutura poderá ocorrer no período de 19 a 25 de maio. Em 25 de janeiro, o rompimento da barragem da mineradora na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), deixou 240 mortos e 32 desaparecidos.

Segundo o MP mineiro, a deformação informada pela Vale está no talude norte da Cava de Gongo Soco e é capaz de ocasionar a “liquefação da Barragem Sul Superior, levando ao rompimento da estrutura e, por conseguinte, danos sociais e humanos imensuráveis para a região”.

Depois da comunicação pela mineradora, o MP de Minas Gerais expediu, nesta quinta-feira, recomendação para que a empresa adote imediatamente medidas para “deixar claro à população local os riscos a que ela está sujeita”. No documento, o Ministério Público requer que a Vale comunique, por meio de carros de som, jornais e rádios, informações “claras, completas e verídicas” sobre a atual condição estrutural da Barragem Sul Superior.

"Além disso, a recomendação quer que a empresa forneça imediatamente às pessoas eventualmente atingidas total apoio logístico, psicológico, médico, bem como insumos, alimentação, medicação, transporte e tudo que for necessário, mantendo posto de atendimento 24 horas nas proximidades dos centros das cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo”, completa o MP.

A recomendação estipula prazo de seis horas para que a Vale responda ao Ministério Público, fornecendo informações específicas e detalhadas sobre as ações adotadas ou planejadas para seu cumprimento.

A informação de que uma outra barragem da Vale pode se romper em Minas Gerais derrubou em 3,23% as ações da mineradora na Bolsa de Valores nesta quinta-feira. A variação puxou a queda de 1,75% no índice Ibovespa, que fechou em 90.024 pontos, menor pontuação durante o governo Jair Bolsonaro.

Fonte: Veja

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