O ano era 1983 e a Guerra que se falava na época não era dessas de hoje em dia, era uma guerra cantada que retratava algumas tramas nordestinas.

Passados mais de trinta anos e a canção parece que foi escrita para os dias atuais. É uma canção atemporal e isso tem uma  razão de ser, o compositor era um homem à frente de seu  tempo, pois com o dom que lhe foi dado por Deus, materializava em seus versos os sentimentos e as vivências do 
povo nordestino.

Inspirado na Guerra das Malvinas e na dor do homem  nordestino que estava ameaçado de ir para uma guerra que  não foi ele quem fez, compôs a canção Guerra de Facão que  retratava as dores individuais, os costumes da época, a desvalorização da cultura local e as guerras travadas em decorrência dos sofrimentos vividos. E no final, anunciava que  morreria muito menos gente quando a é Guerra de Facão, pois  o palpite era acabar com as "bomba atromba", incoivarar os 
rifles e tocar fogo em toda tenda que fabricava canhão.

E assim, Wilson Aragão, o melhor cancioneiro de todos os  tempos, em cada verso da música Guerra de Facão materializa nas palavras, os sentimentos e as expressões 
típicas do povo nordestino, em especial do povo piritibano.

Depois de passarmos pela Guerra de Facão, vamos bater um  dedo de prosa com Jardelino Satanás para entendermos os  seus "arenguetengues" e suas artes. Em seguida, com  Caminheiro pegaremos a estrada de volta para os Sertões e  Sertões da região piritibana passando pela estrada de ferro no Distrito do França sem deixar de admirar o Capim Guiné, que ainda sobrevive nas grotas, e as coisas fundamentais como o amor, o sol e a natureza.

E é nesse clima de recordações, músicas, poesias e comemorações que convidamos todos a participarem da I  FLIPI - Feira de LIteratura de PIritiba em homenagem ao nosso cancioneiro Wilson Aragão e aos trinta anos que a música Guerra de Facão completará em 2018, bem como toda a sua trajetória enquanto cantor e compositor. 

Além disso, a programação da FLIPI contemplará ainda a participação de outros artistas da cidade, apresentações de várias manifestações artísticas, bem como um espaço especial 
para a exposição da produção acadêmica dos filhos da terra, dentre outras ações que serão oportunamente divulgadas.

O mês escolhido foi setembro do ano de 2018, mês de aniversário da nossa cidade, mês da primavera e das boas novas, dentre elas, o resgate e a valorização das expressões 
artísticas e culturais da cidade de Piritiba.

De setembro de 2017 a setembro de 2018 vai dar pra soltar suruco, pegar Tanajura, ouvir a Canção do mês de abril, ver o Girassol desabrochar e quem sabe até ouvir mais uma vez o 
Istalô Istalô das quebradeiras de ouricuri. 

Com a FLIPI, espera-se que a sina de ser um filho da terra e viver por um mundo que não é seu, seja substituída por mais valorização das produções culturais de nosso povo e pela divulgação no âmbito interno e externo de todo esse potencial artístico que nossa cidade tem para que os nossos valores e a nossa arte continuem imortalizados nas poesias, nas canções e em toda expressão cultural dos nossos artistas. 

Vem fazer parte deste momento histórico, vem fazer história conosco!!

Cinara Sampaio Barreto

Profa. de Língua Portuguesa e Literatura, formada pela UNEB- Campus IV- Jacobina/Bahia; poetisa e advogada. 

Primavera 2017 .

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