A Bahia, que possui mais de 30 milhões de hectares inseridos na região semiárida, contava com apenas cinco armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), realizando a venda balcão do milho, a preço subsidiado pelo governo. A partir de um esforço do governo do Estado, em especial das secretarias da Agricultura, Casa Civil, Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir/CAR), em parceria com diversas prefeituras e com a decisão da Conab, através da superintendência na Bahia e da diretoria em Brasília, o número de armazéns saltou para 22.

De acordo com o secretário da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, a concentração dos armazéns em poucos municípios dificultava a vida do criador. “Alguns criadores que precisavam adquirir 10 sacos de milho tinham que percorrer até 500 km, uma situação difícil e que nós precisávamos resolver com a instalação de novos pólos de venda”, explicou.

Diante da situação, o governo baiano se empenhou, no ano passado e início deste ano, para conseguir acrescentar mais oito pólos, com o apoio das prefeituras municipais, que já estão em funcionamento em Juazeiro, Paulo Afonso, Conceição do Coité, Itaberaba, Feira de Santana, Jequié, Guanambi e Vitória da Conquista. Na semana passada, a partir de um estudo que a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) fez para identificar a redução das distâncias para o produtor, a partir das demandas e rebanhos, foram criados mais nove pólos nas cidades de Remanso, Chorrochó, Ponto Novo, Jacobina, Baixa Grande, Amargosa, Maracás, Paramirim e Bom Jesus da Lapa. Além disso, o armazém de Feira de Santana será ampliado.

Com os novos pólos, o secretário Eduardo Salles acredita que haverá maior dinamização na venda do milho, que poderá ser adquirido em algum dos 22 armazéns gerenciados pela Conab. No mercado, a  saca do milho sem subsídio é vendido entre R$ 40,00 e 50,00, enquanto a saca subsidiada custa R$ 18,12.

Para o secretário Eduardo Salles, a velocidade com que o milho chegará à Bahia acontecerá de forma mais satisfatória. “O milho que vinha para o Nordeste era oriundo dos armazéns do Centro-Oeste do país, localizados em Goiás, Mato Grosso. Além de ser longe, uma viagem demorada, os motoristas de carretas não queria, fazer o transporte. A partir dos leilões que serão realizados esta semana, uma parte do milho chegará ao porto de Salvador para depois ser distribuído, dando celeridade maior e a outra, 60 mil t, virá ensacada, mas será comprada já do Oeste da Bahia e da região do "Mapitoba", que reúne a primeira sílaba dos estados que a compõem: Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, onde a colheita do milho já foi iniciada”, disse.

Leilões

Nos dias 17 e 19 deste mês, a Conab realiza dois leilões de compra de milho para atendimento aos produtores e criadores rurais da região Nordeste. No leilão do dia 17, a Conab disponibilizará para compra 103 mil toneladas de milho a granel, 20 mil das quais chegarão a Bahia por via marítima, sendo desembarcadas no Terminal Portuário de Cotegipe. A operação seguirá o modelo anunciado pela presidente Dilma Rousseff e definido na Medida Provisória Nº 610, de 2 de abril de 2013. O documento estabelece que o produto deverá ser adquirido a granel e entregue pelo vendedor em cinco portos do Nordeste.

Pela medida provisória, ficou determinado o repasse do milho adquirido para os governos estaduais, que venderão diretamente aos produtores. O governo da Bahia ficará responsável pelos custos de remoção, ensacamento, distribuição e outros necessários ao cumprimento da destinação. Até 50% dos recursos recebidos com a venda do milho repassado poderá ser destinado ao pagamento dos custos de comercialização. A diferença entre a arrecadação e os custos será destinada para ações de apoio aos pequenos criadores, com insumos complementares ao milho na alimentação animal.

Já no leilão do dia 19, serão colocados à venda 70,3 mil t de milho em grãos ensacado. Este será mais um dos leilões previstos pela Portaria Interministerial n° 115, que prevê a compra de 300 mil toneladas de milho para reabastecer estoques do Programa de Venda em Balcão. O produto será destinado a pequenos criadores de aves, suínos, bovinos, caprinos e ovinos, sediados nos municípios da área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que utilizam o grão na ração animal. Poderão participar do leilão produtores rurais, cooperativas e comerciantes devidamente cadastrados na base de dados da Conab e que atendam a todas as exigências necessárias.

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